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  • Georgina Morelli Matos

DIA DA MULHER: O QUE O MARKETING TEM A VER COM ISSO?




Dia da mulher chegando e a internet se inunda de ações comerciais, as empresas se preparam para dar brindes para as mulheres, empreendimentos fazem promoções especiais e eu me pergunto: é possível ir além do óbvio?


Antes de mais nada, gostaria de contextualizar você em relação a realidade do mercado quando o assunto é 'feminino'.


Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Nielsen em 2018, as mulheres são responsáveis pela decisão de compras de abastecimento em 96% dos lares, mesmo chefiando apenas 37% deles. Além disso, possuem grande influência no consumo de outras pessoas, uma vez que 85% delas indicam produtos para amigos e familiares.


Segundo levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), são as mulheres “quem mais admitem a sensação de prazer ao comprarem algo sem planejar (37,7% contra 26,5% dos homens), além de serem as que mais citam o ato de fazer compras como o tipo de lazer preferido (35,9% contra 23,3% do total de entrevistados).


E você já ouviu falar de Imposto feminino? Ou mesmo Taxa Rosa? Trata-se de uma prática comercial comum em diversos segmentos de mercado que cobram mais caro, sem razão clara e específica, por produtos em versão 'feminina' em relação a versões neutras ou masculinas.


Você pode facilmente verificar isso numa loja de cosméticos ou num supermercado, onde aparelhos de depilação, por exemplo, aparecem mais caros quando na versão de cor rosa ou voltadas para a depilação do corpo feminino.


Em 2016, o Departamento de Consumo de Nova York publicou uma pesquisa em que analisa preços de produtos “voltados a mulheres” em comparação com os que vêm com embalagens para o público masculino. O artigo descobriu alguns números emblemáticos: os produtos para mulheres custam, em média, 7% a mais do que seus similares masculinos – a categoria de produtos de higiene pessoal foi a com maior diferenciação, em 13%.


Mas o que essas informações nos dizem? É senso comum que as mulheres ganham menos que os homens e ocupam menos cargos de liderança em grandes empresas no Brasil (em torno de 5% dos cargos de diretoria em pesquisa de 2016). E assim, ganhando menos que os homens, além de pagar mais caro por certos produtos, tem a responsabilidade de compra da maioria dos lares em território nacional.


Ainda para colaborar com a importância de pensar com cuidado e estratégia no mercado feminino, é considerar que hoje a população brasileira é de maioria mulheres, com 51,7% do total de habitantes.


Parece claro que o mercado em geral entende que a mulher é o maior cliente potencial quando se trata em impulso para compra e, formatar produtos que gerem identificação com o gênero parece ser uma fórmula batida, porém ainda em vigor.


Não estou dizendo que a indústria não pode e não deve criar produtos voltados somente ao universo feminino, mas sim, que fazer uso dessa estratégia para cobrar mais caro, é errado e incoerente com o cenário econômico das mulheres.


Além disso, não devemos negligenciar a quantidade de produtos, entre cosméticos, alimentos, artigos de moda, entre outros, que são formatados para desenvolver o desejo de compra, mas que não necessariamente são soluções ideais para as consumidoras. Estão sendo produzidos para criar novas demandas de consumo, endossados por influenciadoras, celebridades, profissionais da saúde, mas não são realmente necessários, saudáveis ou verdadeiros.


O que podemos fazer, enquanto empreendedores, marketeiros e líderes de empresas, no dia da mulher, que respeite a condição de seu cenário econômico e reconheça o seu papel singular na sociedade? O que podemos fazer além das rosas, gentilmente ofertadas em mercados, empresas, clínicas? O que podemos presentear, além de chocolates e kits de beleza?


A primeira dica é: informação! Aproveite essa data para passar informações sobre seus produtos, serviços e benefícios para as mulheres.

Aproveite para abrir conversa sobre as infinitas particularidades do universo feminino em relação ao seu produto ou serviço. Ou mesmo, reúna clientes e/ou colaboradoras para uma conversa, palestra, café... Na dúvida, pergunte ao seu público!


Outra grande pegada é a ação com propósito. Faça uma ação que realmente tenha significado e impacto na comunidade que sua empresa criou com clientes internos e externos.


Se você tem um negócio no ramo varejista, promova uma ação com seu próprio produto, com seu próprio segmento de mercado. Não viaje na maionese, se ela consome seu produto, é com ele que você deve trabalhar ações nesse dia.


Aproveite essa data para trabalhar questões reais como empoderamento feminino, igualdade de gênero, feminismo. Porém, na minha opinião, fuja do posicionamento político. Sempre afirmo que empresas não devem se posicionar sobre política, futebol, e religião, a não ser que seja o mote da empresa.


O dia da mulher é uma data excelente para ações institucionais, sociais e comerciais, de gerar empatia e transferência. Aproveite!






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